E-Goverment: Definição e Aplicações
Renor A A Ribeiro, Ph.D. (2025)
O governo eletrônico (e-gov) é definido como o uso de tecnologias de informação e comunicação (TICs) para melhorar a prestação de serviços públicos e a interação entre o governo e os cidadãos, representando um esforço para multiplicar as formas de acesso aos governos [Conversation History]. Essencialmente, é a aplicação da TI na administração pública, combinada com mudança organizacional, novos processos democráticos e fortalecimento de políticas públicas [Conversation History]. O e-gov busca otimizar a administração pública, trazendo agilidade, transparência e eficiência [Conversation History]. Ele visa a modernização da administração pública, tornando-a mais eficiente, acessível e responsiva às necessidades dos cidadãos [Conversation History]. Mais do que a simples utilização de recursos da TI, o e-government é o conjunto de serviços e o acesso à informação que a Administração Pública oferece à sociedade por meios eletrônicos [Conversation History]. As atividades do e-government causam um grande impacto sobre a sociedade e vão desde a prestação de serviços até modificações na própria estrutura de governo [Conversation History].
No que tange à modernização da administração pública, o governo eletrônico promove a melhoria da gestão interna do governo e a integração com parceiros e fornecedores [Conversation History]. Ele abrange a reestruturação de processos internos do governo, visando a uma gestão mais eficiente e ágil, permitindo automatizar tarefas, reduzir o uso de papel e melhorar a eficácia na tomada de decisões [Conversation History]. Isso contribui para o aumento da qualidade e eficiência da máquina pública [Conversation History]. O e-gov incorpora o processamento de dados e a TI, percebendo o cidadão como “cliente” do governo, sendo a Tecnologia da Informação seu traço mais marcante, buscando encurtar distâncias e facilitar a interação de conhecimento e informações [Conversation History]. Representa uma reação da Administração Pública às críticas de ser lenta, arcaica e burocrática [Conversation History].
Um exemplo claro de como o e-gov moderniza processos é a implantação do pregão eletrônico nas compras governamentais, que simplifica a burocracia do processo de aquisição, trazendo uma sistemática mais moderna e adequada. Esta modalidade propicia ganhos de eficiência em relação às modalidades tradicionais. Isso ocorre, em parte, pela alteração na ordem dos atos, onde a fase de habilitação acontece depois da fase de classificação, tornando necessário examinar a documentação apenas do licitante vencedor, o que representa uma grande redução de trabalho para a equipe do pregoeiro e reduz a possibilidade de erros na análise documental. O e-gov, ao facilitar o acesso a informações e dados em tempo real, também melhora a tomada de decisões pelos gestores públicos [Conversation History].
O governo eletrônico representa uma aplicação avançada da TI com penetração em todas as dimensões da administração pública, potencializando os impactos de transformação e implicando necessariamente a transformação da administração pública [Conversation History]. Pode emergir como um instrumento de capilaridade na relação entre Estado e sociedade, tornando-se um dos ‘braços fortes’ da reforma administrativa e da capacidade de governo (governança) frente às demandas sociais e econômicas [Conversation History]. Ele representa uma nova maneira de gerenciar e ofertar o serviço público, buscando a transformação dos serviços governamentais e da governança para benefício dos cidadãos [Conversation History]. Não é apenas outra forma de fazer as coisas, mas uma transformação em uma escala que irá alterar profundamente a maneira como os serviços públicos são prestados e administrados [Conversation History].
A modernização pela TI inclui a integração de processos, transações e operações internas da administração pública. A integração entre sistemas e infraestrutura de TI ao processo de gestão é essencial para a efetividade de resultados. Experiências estaduais no Brasil mostram avanço na implementação de políticas, estruturas e projetos de e-gov, com parâmetros de análise que incluem a visão estratégica, assimilação de perspectiva abrangente, coordenação de investimentos e criação de estruturas de coordenação. Avanços incluem a criação de estruturas e mecanismos de coordenação (comitês, conselhos), revisão do papel de empresas públicas de informática, e acesso a redes integradoras como infovias. A gestão de segurança da informação também é um aspecto relevante. A implementação nos estados segue diferentes trajetórias em direção à maturidade, influenciada pelo alinhamento estratégico. Exemplos práticos incluem a integração de sistemas e a construção de infovias.
Em Portugal, a governação eletrónica (EGOV) é vista como crucial para o desenvolvimento, permitindo novos mecanismos e práticas. A EGOV foca na qualidade, uso e impacto dos serviços. A simplificação dos processos e agilização da administração são objetivos centrais, com iniciativas como a integração de serviços em Lojas e Espaços do Cidadão e a reorganização de backoffices. A desmaterialização de procedimentos e documentos também é um exemplo de modernização. O princípio "Tell Only Once" (Integração Única) busca eliminar a necessidade do cidadão fornecer informações repetidas, dependendo da interoperabilidade generalizada para sua efetivação. A criação da função de GCIO é sugerida para gerenciar as TICs de forma orgânica, com planejamento e controle. Desafios incluem garantir estratégias de médio/longo prazo e permitir a reutilização de elementos comuns das políticas. A inovação na EGOV exige uma visão multidisciplinar, abrangendo áreas além de TI e administração.
Quanto à transparência na administração pública, o governo eletrônico busca uma maior transparência, sendo ela, juntamente com o acesso à informação, um elemento fundamental do e-gov [Conversation History]. Plataformas digitais permitem que os cidadãos tenham acesso a dados públicos, informações sobre gastos governamentais e processos de tomada de decisão, promovendo a accountability e um maior envolvimento da sociedade [Conversation History]. A implantação do pregão eletrônico, por exemplo, pode concorrer para uma maior transparência nas compras governamentais, propiciando ganhos de transparência. A segurança que o pregão eletrônico traz, evitando contatos prévios, resulta em maior transparência, pois todos os processos ocorrem por meio eletrônico. A ata da sessão pública do pregão eletrônico é disponibilizada imediatamente na Internet para acesso livre de todos os licitantes e da sociedade, e o resultado é divulgado.
O e-government é considerado um atalho para o desenvolvimento econômico, permitindo a construção de um governo mais transparente [Conversation History]. As ferramentas do governo eletrônico atendem a preceitos básicos da democracia, como a transparência, a responsividade e a accountability (prestação de contas) [Conversation History]. Facilitar o acesso a informações públicas é uma obrigação dos governos democráticos para aproximar o cidadão, sendo o uso de websites para divulgação ilimitada de informações uma ferramenta fundamental para isso [Conversation History]. As TICs podem promover elevados standards de conduta ética, transparência e responsabilização nos sistemas de governação e administração, prevenindo a corrupção [Conversation History]. Os princípios do e-gov norteiam pela busca de maiores níveis de transparência e accountability para a sociedade (cidadania) [Conversation History]. Vários países, incluindo Brasil (através do Livro Verde), Chile, Peru, Uruguai e Venezuela, em suas definições e estratégias de e-gov, destacam a promoção da transparência como um objetivo central [Conversation History]. Exemplos práticos de transparência incluem a publicação contínua de dados sobre orçamento e contas públicas em sites governamentais, como observado em um dos estados brasileiros estudados. A disponibilização de informação aberta e a avaliação da prestação de serviços focada nas necessidades do utilizador, bem como métricas que tornam processos escrutináveis, também contribuem para a transparência.
Em suma, o governo eletrônico desempenha um papel crucial ao modernizar a administração pública por meio da digitalização, automação, reestruturação de processos e integração de sistemas, visando maior eficiência e agilidade. Ao mesmo tempo, fortalece a transparência ao aumentar o acesso público a informações, dados e processos governamentais, promovendo a accountability e aproximando o cidadão da gestão pública.
Referências
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A IMPLANTAÇÃO DO E-GOVERNMENT NAS COMPRAS GOVERNAMENTAIS: UM CAMINHO DE SUCESSO PARA A MELHORIA DA EFICIÊNCIA DO SETOR PÚBLICO. [S.l.: s.n.], [S.d.]. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://ricg.org/wp-content/uploads/legacy_content/biblioteca/archivos/Publicaciones/es/62/1265_Artigo_egovernment.pdf. Acesso em 27/05/2025.
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OLIVEIRA, Daniel José Silva; CKAGNAZAROFF, Ivan Beck. A participação cidadã como um dos princípios de governo aberto. SciELO, 22 dez. 2023.
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GOVERNO ELETRÔNICO NO BRASIL: AVANÇOS, BENEFÍCIOS E DESAFIOS. Blog 1Doc, [S.d.]. D
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FERNANDES, Sara. EGOV EM PORTUGAL: SITUAÇÃO, DESAFIOS E ESTRATÉGIA. Braga: Universidade do Minho, 2015.
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GOVERNO ELETRÔNICO – CONCEITOS E DEBATES: INSTRUMENTO DE CAPILARIDADE DA RELAÇÃO ESTADO E SOCIEDADE NA AMÉRICA LATINA. Brapci, [S.d.].
O e-Government (governo eletrônico) tem transformado a relação entre cidadãos e o poder público, promovendo maior transparência, eficiência e participação social. Mas, afinal, como podemos definir o e-Government na prática? Quais são suas principais aplicações e como ele pode fortalecer a participação cidadã na gestão pública?
Para estimular o debate, reflita sobre:
Quais exemplos de e-Government você já utilizou ou conhece (ex.: plataformas de serviços online, consultas públicas digitais, apps governamentais)?
Como a tecnologia pode ampliar o engajamento dos cidadãos nas decisões políticas e no controle social?
Quais os maiores desafios para implementar o e-Government de forma inclusiva, garantindo acesso mesmo a populações com menos familiaridade digital?
Compartilhe suas experiências e ideias sobre como tornar a administração pública mais digital, democrática e acessível a todos!
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