Os fundamentos mais importantes da gestão estratégica são a realização de um bom diagnóstico (com a matriz SWOT, ou outra técnica) e, consequentemente, uma boa interpretação do que se coloca na referida matriz. Dessa forma é possível derivar objetivos reais, que poderão gerar um verdadeiro norte para a organização, qualquer que seja seu setor ou área de atuação.

Em seguida, deve-se ter um método e/ou sistema de monitoramento eficiente, que seja capaz de identificar quais medidas estão contribuindo ou não para o que foi planejado. O planejamento e a execução pressupõem um processo contínuo e flexível, que precisa se adaptar às mudanças de qualquer ambiente.

Por fim, eu destacaria, a exemplo do que falaram vários colegas, que o patrocínio e o envolvimento das mais altas instâncias decisórias é fundamental, sob pena de a gestão estratégica se tornar uma produtora de documentos que vão direto para a gaveta.

Na minha experiência, já vi planos nunca saírem do papel porque pensou-se que o plano em si era a entrega. Não houve monitoramento de resultados nem propostas de correção de curso, até por conta de uma cultura institucional de apagamento de incêndios, ao invés de tentar se antecipar a problemas.

Considero que a gestão estratégica no setor público é um processo que requer uma abordagem abrangente para assegurar resultados eficazes e oferecer valor público. Por isso, a visão sistêmica e o alinhamento de objetivos são os de extrema relevância. Assim, a visão sistêmica da instituição é fundamental, pois somente com uma visão ampla e completa da organização é possível conectar os objetivos institucionais às reais necessidades da sociedade. Desse modo, a ausência de uma visão sistêmica alinhada aos objetivos limita a administração, resultando na rejeição ou descontinuidade de projetos, atrasos em entregas e cancelamento de iniciativas que poderiam realmente trazer valor ao trabalho realizado e resultados institucionais relevantes.

É essencial o alinhamento e patrocínio da administração superior dos órgãos públicos com o uso de qualquer ferramenta de gestão estratégica. A melhor ferramenta sem o devido patrocínio ou alinhamento com os tomadores de decisão acaba se tornando inócua.
Ademais, é importante que a gestão estratégica se baseie em dados e informações confiáveis e que sejam relevantes aos objetivos que os líderes do órgão visam alcançar.
Em um determinado órgão que trabalhei, trabalhou-se meses em análises (inclusive a SWOT), levantamento e mapeamento de processos, elencou-se requisitos de sistema e todas as ferramentas indicavam a necessidade e urgência da organização de um sistema orçamentário. Todo o trabalho foi arquivado por ausência de convencimento da administração superior, ainda que o trabalho tenha sido feito com tamanha excelência.

Dessa forma, ainda que o trabalho seja excelente e, até necessário, sem o patrocínio da administração superior pode tudo ser perdido.

Entendo que para a gestão estratégica de uma organização ser conduzida de forma eficiente é indispensável a análise dos ambientes interno e externo, como preconiza a Análise SWOT. Conhecer as características internas (forcas e fraquezas) e os fatores externos (oportunidades e ameaças) é uma maneira da instituição se preparar para os desafios que podem surgir, tendo mais informações para toda tomada de decisão que se mostre necessária.
Minha experiencia profissional me mostra que uma instituição preocupada em constantemente avaliar o seu contexto interno demonstra mais sucesso em otimizar os recursos disponíveis, tornando a gestão mais eficiente.

Acredito que a gestão estratégica no setor público é um processo complexo e que exige uma abordagem mais ampla para tentar garantir resultados efetivos e agregar valor público. Na minha opinião, a visão sistêmica e o alinhamento de objetivos são os fundamentos mais importantes da gestão estratégica.
O primeiro fundamento é essencial porque só com uma visão geral, completa e holística de toda organização é possível conectar os objetivos organizacionais com as reais necessidades da sociedade.
Muitas vezes a falta de visão sistêmica alinhada aos objetivos acaba engessando a administração ao vetar projetos, atrasar entregas e cancelar iniciativas que poderiam realmente agregar valor ao trabalho realizado.

Uma prática que acho subutilizada no setor público é a Análise SWOT para identificar pontos fortes e fracos internos e as ameaças e oportunidades externas. Embora seja uma ferramenta conhecida, ainda vejo poucos órgãos públicos aplicando-a de forma consistente. No setor privado, ela é fundamental para planejar e ajustar estratégias. Acho que se fosse aplicada com mais regularidade no setor público, as instituições poderiam se preparar melhor para as mudanças e desafios constantes.

Pedro, seu comentário sobre a Análise SWOT foi muito oportuno. Embora seja uma ferramenta clássica e amplamente conhecida, a SWOT muitas vezes é subutilizada no setor público. A identificação de pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças permite que a organização entenda melhor seu contexto e se prepare para lidar com desafios. Concordo com você que, se essa análise fosse aplicada de maneira mais consistente, as instituições públicas poderiam se antecipar aos problemas e encontrar melhores soluções estratégicas. Ótima observação!

Para mim, o conceito de valores organizacionais é um pilar essencial na gestão estratégica do setor público. Quando os valores estão bem definidos e enraizados, eles servem como um guia para a conduta dos servidores e para a tomada de decisões. Em tempos de crise ou mudanças, os valores podem ser o alicerce que mantém a organização no rumo certo. Trabalhei em uma agência onde os valores não eram claros, e isso criou confusão entre os funcionários sobre quais eram as prioridades.

Ana, você trouxe um ponto essencial ao mencionar a importância dos valores organizacionais. Valores bem definidos servem como bússola moral para a conduta dos servidores e orientam a tomada de decisões, especialmente em momentos de crise ou mudança. Concordo que a falta de clareza nos valores pode gerar confusão, e isso é particularmente perigoso em uma organização pública, onde o interesse coletivo deve sempre ser prioridade. Sua observação ressalta como os valores podem ser um alicerce para manter a organização alinhada aos princípios éticos e aos objetivos de longo prazo.

O monitoramento do desempenho é algo que merece mais atenção no setor público. A gestão estratégica não termina com a formulação e execução; é essencial acompanhar os resultados e ajustar as ações conforme necessário. Vejo muitas iniciativas públicas que perdem impacto porque não há um sistema robusto para monitorar e avaliar os resultados. Quando o monitoramento é bem feito, a administração pode corrigir o curso e garantir que os objetivos estratégicos sejam alcançados.