É certo dizer que a relação entre o modelo patrimonialista e o burocrático na administração pública é central para compreender os desafios de eficiência e transparência nos governos, sobretudo em países com histórico de instituições frágeis ou em desenvolvimento. Em sua definição, o patrimonialismo é o sistema em que os recursos e cargos públicos são tratados como propriedade privada dos governantes ou elites políticas. Por sua vez, a burocracia consiste no modelo ideal de administração pública baseado em regras, hierarquia, impessoalidade e meritocracia. Acerca da eficiência e transparência no governo, vale salientar que a burocracia tende a ser mais eficaz e transparente, pois estabelece de forma objetiva as normas e os procedimentos que devem ser seguidos. Há uma delimitação dos atos administrativos, o que permite que quem exerce o poder saiba exatamente quais são suas atribuições e os limites de sua atuação. Entretanto, em função da quantidade de etapas e exigências formais, o processo pode se tornar mais lento, o que, por vezes, dificulta o alcance de metas e a obtenção de resultados concretos.

Segundo Max Weber, o patrimonialismo e a burocracia representam dois tipos distintos de organização do poder e administração pública, com impactos significativos na eficiência e transparência do governo. O patrimonialismo, caracterizado pela confusão entre o público e o privado e pela tomada de decisões baseada em relações pessoais, tende a gerar ineficiência e falta de transparência. Já a burocracia, com sua estrutura formal, regras claras e impessoalidade, busca promover a eficiência e a previsibilidade, mas pode levar a rigidez e excesso de formalidades, conhecido como disfunções burocráticas.

O patrimonialismo é um sistema mais pessoal onde os governantes atuam com total soberania sobre seus subordinados, onde ocorre uma confusão entre o público e o privado, seu total desinteresse em construir uma sociedade mais justa e igualitária deu espaço à burocracia que institui regras e méritos para a realização do serviço público. Por mais que considerem a burocracia pelas suas disfunções, ela exerceu um grande passo no controle estatal e na formalização dos processos e do sistema administrativo. Ele também foi o pilar para o caminho traçado para o gerencialismo, pois sem normas pré-definidas e organização e controle, não seria possível visualizar o processo para a concentração nos resultados. O patrimonialismo tem um efeito negativo sobre a eficiência e transparência, pois os atos administrativos tinham interesses personalíssimos, já com a burocracia e a necessidade de fundamentação dos processos, visualizou mais o benefício do controle de custo em busca da eficiência e tendo relatados os atos administrativos mais formalmente, de Portanto, Weber u meios para a fiscalização e para a transparência dos atos. Portanto, Weber conseguiu visualizar um sistema que rompesse com o patrimonialismo e desse à sociedade mais controle sobre os atos do Governo.

Modelos ultrapassados e que dificultam ainda mais o acesso, tanto a informação como a direitos. Tornam a administração nebulosa, com critério pouco definidos, ou definidos de forma ineficaz, transformando o estado em algo ineficiente, distante de conceitos de eficiencia e democracia. Compromete acesso a informação, o que facilita a corrupção, dificulta acesso a direitos básicos, piorando a qualidade de vida de toda a população, e prejudicando a evolução da educação, da economia e da cidadania.

O patrimonialismo, caracterizado pela confusão entre o público e o privado, prejudica a eficiência e a transparência, enquanto a burocracia, com sua estrutura formal e regras, busca justamente o oposto.

O patrimonialismo e a burocracia representam modelos distintos de organização da administração pública, cujos efeitos são significativamente distintos sobre a eficiência e a transparência governamental. O patrimonialismo caracteriza-se pela confusão entre o público e o privado, na qual os bens e cargos do Estado são tratados como extensões do patrimônio pessoal dos governantes, comprometendo a impessoalidade e favorecendo práticas clientelistas e nepotistas. Em contraposição, a burocracia, conforme delineada por Max Weber, funda-se em normas impessoais, hierarquia funcional e profissionalização dos servidores, promovendo maior previsibilidade, racionalidade e controle das ações administrativas. Assim, enquanto o patrimonialismo tende a corroer a confiança institucional e inibir a eficiência, a burocracia visa consolidar estruturas estáveis, transparentes e voltadas ao interesse público.

O patrimonialismo e a burocracia são modelos de administração pública com abordagens contrastantes que impactam a eficiência e a transparência do governo. O patrimonialismo, caracterizado pela confusão entre os interesses públicos e privados, pode levar a ineficiência e corrupção, enquanto a burocracia, apesar de promover regras e procedimentos claros, pode se tornar morosa e gerar conflitos.
Neste contexto, a burocracia pode ser vista como um mecanismo para combater o patrimonialismo, ao estabelecer regras e procedimentos que limitam o poder discricionário dos governantes e favorecem a transparência.
No entanto, a burocracia também pode ser um problema em si, tornando-se excessivamente complexa e gerar dificuldades para a população e para a própria administração pública.
A combinação de elementos da burocracia (regra, controle) com a eficiência e flexibilidade de outros modelos pode ser uma forma de mitigar os obstáculos para atingir maior eficiência e transparência no governo.

Concordo em parte, pois temos que ter cuidado para não confundir os princípios da burocracia com as suas disfunções burocráticas, pois a burocracia traz controle e transparência, além de atividade pré-definidas e foi o primeiro passo para instituir a meritocracia no serviço público. No entanto, o que sobressai são as disfunções, mas se não fosse a Burocracia, os concursos públicos seriam realizados por análise de currículo ou até mesmo por sinecuras.

O patrimonialismo é um modelo de administração em que o poder do governante é baseado no poder pessoal, ou seja, não existe impessoalidade. É uma forma de dominação tradicional que confunde o público e o privado. O administrador exerce o poder de forma centralizada e personalista, com decisões baseadas em critérios subjetivos e relações pessoais. Favorecendo assim a corrupção, o nepotismo e a ineficiência dos gastos públicos.
Já o modelo de Administração Burocrática surgiu na segunda metade do século XIX contrapondo a corrupção e o nepotismo. É baseado na racionalidade, hierarquia, regras claras e impessoalidade, visando a eficiência e a previsibilidade das atividades. Uma das dificuldades do modelo burocrático é que devido ao formalismo e ao controle ele era lento e muitas vezes ineficiente. Desta forma, os modelos estudados não guardam relação entre si, sendo um o contraponto do outro.

A administração pública burocrática surgiu com a necessidade de substituir o modelo patrimonialista. Enquanto este é baseado no modelo dos estados absolutistas, onde o poder e centralizado nas mãos dos governantes, o outro é pautado por regras, normas e leis, tendo como objetivo combater a corrupção e o nepotismo presentes na administração pública patrimonialista. Diante disso, percebemos o avanço na administração pública, com a implementação da burocracia, constituída por princípios como: o profissionalismo, a impessoalidade e o mérito, o formalismo entre outros, permitindo ao governo maior eficiência e transparência.